
Veneza é um símbolo da história, da arte e da beleza arquitetônica italiana e um dos destinos turísticos mais visitados do mundo. Foto: Amazonas e Mais
Poucas cidades no mundo são tão icônicas quanto Veneza. Construída sobre 118 pequenas ilhas e cortada por mais de 150 canais, a cidade italiana é um verdadeiro labirinto de beleza e história. Veneza é um daqueles destinos que parecem saídos de um conto de fadas: gôndolas deslizando pelas águas, palácios centenários refletidos nos canais e ruas estreitas que escondem surpresas a cada esquina.
Veneza nasceu por volta do século V, quando habitantes do continente fugiram das invasões bárbaras e buscaram refúgio nas ilhas da lagoa veneziana. Com o tempo, a cidade foi crescendo sobre estacas de madeira fincadas no fundo da lagoa.
No século IX, Veneza se tornou uma república independente (a Sereníssima República de Veneza) e cresceu como uma potência marítima e comercial no Mediterrâneo. Por muitos séculos, os venezianos dominaram o comércio entre o Oriente e o Ocidente, acumulando riquezas e construindo monumentos magníficos.
Durante as Cruzadas, Veneza aumentou ainda mais seu poder, especialmente após a Quarta Cruzada (1204), quando ajudou a conquistar Constantinopla. Isso expandiu seu império comercial no leste europeu e no Mediterrâneo.
A cidade atingiu seu auge nos séculos XIII a XV, com um governo liderado por um doge (chefe de Estado) e uma aristocracia poderosa. Veneza ficou famosa por sua marinha, sua arte, sua arquitetura e sua diplomacia.
Com o tempo, no entanto, começou a perder influência, especialmente após a descoberta das rotas marítimas atlânticas (como o caminho para as Índias contornando a África), que desviaram o comércio das rotas mediterrâneas.
Em 1797, Napoleão Bonaparte conquistou Veneza, marcando o fim da república. Depois, a cidade passou ao controle do Império Austríaco e, finalmente, se uniu ao Reino da Itália em 1866.
Hoje, Veneza é um símbolo da história, da arte e da beleza arquitetônica italiana — e um dos destinos turísticos mais visitados do mundo. Ela está listada como Patrimônio Mundial da Humanidade desde 1987.

Panorâmica de Veneza ao chegar de Vaporetto, um dos meios de transporte da cidade. Foto: Amazonas e Mais
Como chegar a Veneza
De avião: O aeroporto principal é o Aeroporto Marco Polo (VCE). Localizado em Tessera, a cerca de 13 km de Veneza.
Como chegar do aeroporto ao centro de Veneza:
No aeroporto há terminais para pegar os meios de transporte para o centro de Veneza.
Vaporetto (barco) da empresa Alilaguna – leva de 1h a 1h30 até a Praça San Marco, dependendo da linha.
Ônibus até Piazzale Roma (terminal terrestre de Veneza), depois caminhar ou pegar vaporetto.
Táxi aquático (water taxi) – caro (100–130 euros), mas muito prático e charmoso.
Táxi comum ou ônibus até Mestre, se for se hospedar na parte continental.
De Roma a Veneza
Trem (mais recomendado):
Trem de alta velocidade (Frecciarossa ou Italo) – saindo da estação Roma Termini até Venezia Santa Lucia.
Duração: cerca de 3h45.
Frequentes durante o dia. Confortável, rápido, chega diretamente ao centro histórico.
Carro:
Duração: cerca de 5h30 a 6h, dependendo do tráfego.
Distância: aprox. 530 km.
Estacionamento em Veneza é limitado: carros não entram na cidade, só até Piazzale Roma ou estacionamentos em Mestre. Custo com pedágios e combustível pode ser alto.
De Florença a Veneza
Trem (super prático):
Trem de alta velocidade (Frecciarossa ou Italo) – da estação Firenze Santa Maria Novella até Venezia Santa Lucia.
Duração: cerca de 2h. Vários horários ao longo do dia.
Carro:
Duração: cerca de 3h30 a 4h.
Distância: aprox. 260 km.
Mesmos pontos de atenção: estacionar fora da cidade histórica e seguir de vaporetto ou a pé.
O que fazer em Veneza
Piazza San Marco: O coração pulsante da cidade, cercado por monumentos como a Basílica de San Marco, com sua fachada bizantina repleta de mosaicos dourados, e o Campanário, que oferece uma das melhores vistas panorâmicas da cidade.
Palazzo Ducale (Palácio dos Doges): Um mergulho na história da República de Veneza, com sua arquitetura gótica e salas decoradas por mestres como Tintoretto e Veronese.
Ponte dos Suspiros: Ligando o Palácio Ducale às antigas prisões, é um dos pontos mais fotografados da cidade.
Ponte Rialto: A mais antiga sobre o Grande Canal, cercada por lojinhas e mercados, oferece uma vista icônica.
Gallerie dell’Accademia: O principal museu de arte da cidade, com obras do Renascimento veneziano.
Passear sem rumo: Em Veneza, se perder é parte da experiência. Caminhe, atravesse pontes, entre em igrejas escondidas e descubra pequenos campos (praças) com cafés acolhedores.
Igrejas emblemáticas
Veneza é repleta de igrejas históricas e belíssimas. Aqui estão as mais famosas que vale muito a pena visitar:
Basílica de São Marcos (Basilica di San Marco)
Localização: Piazza San Marco
Destaques: Ícone de Veneza, com mosaicos dourados, arquitetura bizantina e a famosa Pala d’Oro (altar de ouro).
Entrada: Gratuita para a nave principal; paga para áreas específicas (museu, Pala d’Oro, tesouro).
Basílica de Santa Maria della Salute
Localização: Na entrada do Grande Canal, em frente à Piazza San Marco
Destaques: Construída como agradecimento pelo fim da peste, com uma cúpula imponente e interior luminoso.
Entrada: Gratuita (coleção sacra tem ingresso).
Igreja de San Giorgio Maggiore
Localização: Ilha de San Giorgio (de frente para a Piazza San Marco)
Destaques: Projetada por Palladio, com vista incrível do campanário e obras de Tintoretto.
Entrada: Gratuita; o campanário tem ingresso.
Igreja de Santa Maria Gloriosa dei Frari (I Frari)
Localização: Bairro de San Polo
Destaques: Gótica, abriga obras-primas como a Assunção da Virgem, de Tiziano, e o túmulo do próprio artista.
Entrada: Paga.
Igreja de San Zaccaria
Localização: Próxima à Piazza San Marco
Destaques: Mistura de gótico e renascentista, cripta alagada e obras de Bellini.
Entrada: Paga para áreas internas (cripta e capelas).
Igreja de San Sebastiano
Localização: Dorsoduro
Destaques: Decorada quase inteiramente por Paolo Veronese, que está enterrado lá.
Entrada: Incluída no Chorus Pass.
Igreja de San Giovanni e Paolo (Zanipolo)
Localização: Castello
Destaques: “Panteão” dos doges de Veneza, gótica imponente.
Entrada: Paga.
Dica extra:
Considere comprar o Chorus Pass (vale para 18 igrejas em Veneza) se quiser explorar várias igrejas menores com obras de arte importantes e menos turistas.
O clássico passeio de gôndola
Nenhuma visita a Veneza está completa sem um passeio de gôndola. Embora turístico, o passeio revela uma perspectiva única da cidade, especialmente ao passar por canais menores, inacessíveis a outros barcos.
- Duração: Cerca de 30 minutos.
- Valor: A partir de €80 por gôndola (com capacidade para até 5-6 pessoas), durante o dia. À noite, o valor sobe para cerca de €100. Você também pode pegar um gôndola comunitária, custa cerca de €32 a €35 por pessoa.
- Dica: Combine com outros viajantes para dividir o custo, ou opte pelos traghetti — grandes gôndolas usadas pelos locais para cruzar o Grande Canal, que custam cerca de €2.
Onde Ficar em Veneza
A hospedagem pode ser cara, mas há boas opções para todos os bolsos:
Econômicos e bem localizados:
Hotel Antico Capon (Dorsoduro): Simples, limpo e com ótimo custo-benefício.
Combo Venezia (Cannaregio): Hostel moderno com quartos privativos e compartilhados.
Intermediários:
Best Windows – Na Piazza San Marco. Tem uma vista linda e quartos confortáveis
Ca’ San Polo (San Polo): Charme e tranquilidade.
Luxo:
Hotel Danieli: Clássico, sofisticado e com vista deslumbrante da lagoa.
Gritti Palace: Um dos hotéis mais icônicos da cidade, às margens do Grande Canal.
Devo ficar em Mestre?
Mestre é a parte continental de Veneza, ligada à cidade histórica por uma ponte de 4 km (Ponte della Libertà). Ficar em Mestre é mais barato e prático para quem quer economizar e ainda estar perto de Veneza.
Como chegar a Mestre:
a) De avião:
Aeroporto Marco Polo (VCE): Ônibus ATVO ou ACTV direto para a estação de Venezia Mestre (15–20 minutos).
Táxi ou Uber (15 minutos aprox).
b) De trem:
Trens de várias partes da Itália (Roma, Florença, Milão) param na estação Venezia Mestre.
c) De carro:
Fácil acesso pela rodovia. Há muitos hotéis com estacionamento. Pode deixar o carro em Mestre e seguir para Veneza de trem, ônibus ou bonde.
Como ir de Mestre para Veneza:
a) Trem (mais rápido e frequente):
Saída da estação Venezia Mestre até Venezia Santa Lucia (dentro da ilha).
Duração: 10 minutos. Sai a cada 10–15 minutos.
Barato (1,45 a 2 euros).
b) Ônibus (ACTV linha 4L ou outras):
Vai até Piazzale Roma, o terminal terrestre de Veneza.
Duração: 15–20 minutos.
Custa o mesmo que o trem (passagens podem ser compradas nas tabacarias ou máquinas).
c) Bonde (Tram):
Linha T1 de Mestre até Piazzale Roma. Boa opção se estiver perto da linha.
Restaurantes com custo-benefício
Veneza tem fama de ser cara, mas é possível comer bem e pagar um preço justo:
Al Mercà: Pequeno balcão de cicchetti (tapas venezianas) em Campo Bella Vienna.
Osteria Al Squero: Ótimo para petiscos e taças de vinho ao lado do canal.
Trattoria Alla Madonna: Próxima à Ponte Rialto, tradicional e com frutos do mar frescos.
Dal Moro’s: Massas frescas para viagem, econômicas e saborosas.
Antiche Carampane: Um pouco mais caro, mas excelente para experimentar pratos típicos.
Bistrô de Venise: Restaurante elegante e mais caro, que serve releituras de pratos tradicionais de Veneza e com uma boa carta de vinhos. Perfeito para um jantar romântico.
Restaurantes estrelados
Entre os restaurantes com estrela Michelin, localizados em Veneza, estão o Oro Restaurante, no hotel Cipriani; Glam, no Hotel Palazzo Venart; Local, próximo à Piazza San Marco; Quadri, na Piazza San Marco.
Os pratos típicos venezianos
Veneza tem uma culinária única, muito ligada ao mar e com influências históricas do Oriente, graças ao seu passado como potência comercial. Aqui vai uma lista do que você não pode deixar de comer em Veneza:
Sarde in saor – Sardinhas marinadas com cebola, vinagre, uvas-passas e pinhões. Um prato agridoce que representa bem o sabor veneziano.
Risotto al nero di seppia – Risoto feito com tinta de lula, bem cremoso e escuro. Sabor intenso e marcante do mar.
Bigoli in salsa – Massa típica (tipo espaguete grosso) com molho de cebola e anchovas. Simples, salgado e cheio de sabor.
Fegato alla veneziana – Fígado de vitela com cebolas caramelizadas. Muito tradicional, servido com polenta.
Polenta e schie – Camarõezinhos (schie) servidos sobre polenta mole ou firme. Outro clássico da lagoa.
Cicchetti – São os “tapas” venezianos, servidos nos bacari (bares típicos). Podem incluir mini sanduíches, frutos do mar, ovos recheados, queijos, etc. Perfeitos para petiscar com um copo de vinho.
Anguilla – A enguia tem um lugar especial na culinária tradicional veneziana — especialmente nas ilhas da lagoa, como Torcello, Burano e Chioggia. Era considerada um prato nobre em séculos passados, bastante valorizada entre os comerciantes venezianos. Até hoje é tradição em alguns vilarejos comer anguilla no Natal.
Doce típicos
Fritole veneziane – Bolinho frito doce típico do Carnaval, com uva-passa e pinhões.
Bussolà e Esse – Biscoitos amanteigados, tradicionais da ilha de Burano. Leves, ótimos com café.
Bebidas
Spritz Veneziano – Feito com Aperol, Campari ou Select, espumante e água com gás. Nasceu em Veneza! Melhor lugar para tomar é num bacaro no fim da tarde, à beira de um canal.
Vinhos locais – O Prosecco é produzido perto dali, em Valdobbiadene. Soave e Raboso são vinhos do Vêneto que harmonizam bem com peixes e frutos do mar.
Bellini – O Bellini é outro clássico imperdível de Veneza! É um drink leve e elegante, feito com Prosecco (espumante italiano) e Purê de pêssego branco fresco (ou suco de pêssego de boa qualidade)
Foi criado por Giuseppe Cipriani no famoso Harry’s Bar, em Veneza, por volta de 1948. O nome “Bellini” foi uma homenagem ao pintor renascentista Giovanni Bellini, por causa da cor rosada do drink, que lembrava os tons usados em suas obras.
O Bellini virou símbolo da dolce vita italiana e é hoje um dos coquetéis italianos mais famosos do mundo — leve, fresco e perfeito para o verão ou para um brinde em frente ao canal.
Onde tomar o verdadeiro Bellini em Veneza:
Harry’s Bar (perto da Praça San Marco) – é caro, mas é o berço do Bellini e um clássico histórico. Já foi frequentado por celebridades como Hemingway, Chaplin e Orson Welles. Também é servido em vários bacari e bares da cidade, muitas vezes com variações criativas (com morango, framboesa etc).
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