A Quebrada de las Flechas é uma das belas paisagens entre Salta e Cafayate. Fotos: Amazonas e Mais.
O roteiro que sugerimos foi feito de carro e começa em Salta, na província com o mesmo nome, no noroeste da Argentina. A cidade tem estilo colonial, belos monumentos, com destaque para a Catedral e a Igreja de São Francisco, e museus interessantes como o imperdível Museu de Arqueologia de Alta Montanha. Aproveite e fique pelo menos dois dias para curtir todos os atrativos da cidade.
A partir de Salta – onde fica o aeroporto Martín Miguel de Guemes – é possível chegar em Cafayate por duas rotas cênicas: a rota 68, mais rápida, que passa pela Quebrada de las Conchas, também conhecida como Quebrada de Cafayate; e as rotas 40 e 33, que passam pelo Parque Nacional los Cardones e pela Quebrada de las Flechas. Fizemos os dois percursos, indo pela rota 68 e voltando pela outra. É possível fazer os dois caminhos no mesmo dia? Não aconselho, vai ser uma viagem longa e corrida e você não vai curtir os locais como se deve. Melhor ficar pelo menos uma noite em Cafayate.
Em Salta também é possível contratar excursões bate-volta a Cafayate, passando pela Quebrada de Las Conchas, ou excursões para o Parque Nacional Los Cardones e Cachi.
A bela Catedral de Salta.
Quebrada de las Conchas
Com quase 200km, a Rota 68 é asfaltada e bem sinalizada. São cerca de 3h de carro, que podem se transformar em bem mais diante da beleza da estrada. É um pecado percorrer a Quebrada de las Conchas – uma reserva natural com incríveis formações rochosas – sem fazer as paradas quase obrigatórias do meio do caminho. E são muitas.
Veja aqui o percurso pela Quebrada de las Conchas
Ao se aproximar de Cafayate, a paisagem muda e os parreirais passam a dominar o cenário. Simpática cidade com pouco mais de 12 mil habitantes, Cafayate merece pelo menos dois dias para explorar seu casario colonial, visitar as bodegas e experimentar os vinhos de altitude. A quantidade de vinícolas é grande – cerca de 30, mas San Pedro de Yacochuya, que produz alguns dos melhores rótulos da região, Piatelli Wineyards e El Esteco merecem entrar na lista.
Quebrada de Las Conchas, na Rota 68. Fotos: Amazonas e Mais
Vista da Quebrada de Las Conchas do mirante Três Cruces.
Igreja em estilo colonial de Cafayate.
Vinícola San Pedro de Yacochuya.
Quebrada de las Flechas
Na volta para Salta pegamos as rotas 40 e 33. O percurso é bem mais longo e como boa parte do trecho é em estrada de rípio (terra e pedra), beeem mais lento. Em alguns trechos, por conta das pedras e costeletas, a média de velocidade não ultrapassa os 40km.
Mas vale a pena fazer esse percurso? Sim, vale muito. Sugiro, inclusive, que você aproveite para dar uma paradinha no meio do caminho e se hospedar na Estância Colomé, famosa por seus vinhos, que fica em Molinos (cerca de 110km de Cafayate). É uma experiência única pela paisagem que a cerca, qualidade dos vinhos e refeições e o Museu James Turrell.
Depois é seguir a estrada para dar de cara com um dos trechos mais fotogênicos do percurso: a Quebrada de las Flechas, com suas formações rochosas surreais. Você vai cruzando paredões rochosos, com uma curiosa inclinação que parecem flechas apontadas para o céu. Essas formações seriam produto dos movimentos do solo e dos ventos ao longo de milhões de anos. A composição e seus tons criam um forte impacto visual, dando um aspecto meio lunar à paisagem. Fascinante! São 20 km de extensão, entre os vilarejos de Angastaco e San Carlos.
Seguindo viagem, você pode ir a Cachi, um pequeno povoado de estilo colonial, ou direto para o Parque Nacional de los Cardones. Eu, particularmente, considerei Cachi dispensável. Só vale se você quiser parar para almoçar, mas isso vai acrescentar pelo menos mais 1h de percurso, já que é preciso fazer um desvio para ir ao vilarejo.
A paisagem exótica da Quebrada de las Flechas. Fotos: Amazonas e Mais
As formações rochosas da Quebrada de las Flechas.
O pequeno vilarejo de Cachi.
Parque Nacional Los Cardones
O Parque Nacional Los Cardones é considerado um dos cenários mais belos do noroeste argentino. Ocupa uma área de quase 65 mil hectares, entre os departamentos de Cachi e San Carlo, a 100km de Salta.
Tem um aspecto desértico, coberto apenas por cactos gigantescos (os cardones, em espanhol). Essa espécie de cactos vive uma média de 400 anos e depois seca. Outra curiosidade é que quanto mais ramificações, mais velho ele é. Também há uma lenda que diz que debaixo de cada cardón existe um indígena enterrado.
Lá se encontra a Recta del Tin Tin, um caminho traçado no período Inca, a 3mil metros de altura do nível do mar, que se estende por cerca de 20km. Se tiver sorte, você pode encontrar vicunhas, lhamas e outras espécies de animais transitando pelo local.
Continuando o percurso, já na Rota Provincial 33, você chegará a Pedra del Molino e depois a Cuesta del Obispo, uma estradinha sinuosa por entre vales e montanhas.
O Parque Nacional Los Cardones.
Há uma lenda que diz que debaixo de cada cardón existe um indígena enterrado.
A beleza de ver animais em seu habitat.
Cuesta del Obispo, o caminho entre Salta e o Parque Nacional de los Cardonnes.
Como chegar
O aeroporto mais perto de Cafayate é o Martín Miguel de Guemes, em Salta. Da maioria das capitais brasileiras é preciso fazer conexão em Buenos Aires. Os voos para Salta são operados pela Latam e Aerolíneas Argentinas. Em Buenos Aires há voos para Salta a partir do Aeroporto Internacional Ministro Pistarini, também conhecido como Ezeíza, e do Aeroparque Jorge Newbery. Para quem pernoitar em Buenos Aires a melhor opção é o aeroparque, mais central.
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