O Paço da Liberdade, também conhecido como Paço Municipal, é um dos espaços mais antigos de Manaus. O prédio, que durante décadas foi sede da Prefeitura Municipal, une beleza arquitetônica com as origens da cidade. Visitá-lo é conhecer as artes modernas e, ao mesmo tempo, ter um raro momento de observar vestígios arqueológicos locais.
O prédio, localizado na Praça D. Pedro II, s/n, Centro, depois que o Poder Executivo mudou de endereço, ficou ocioso, aguardando reforma e revitalização, que só foi finalizada em 2012.
Mas a história vai muito além disso. O paço data de 1871, quando foi lançada a pedra fundamental. Cinco anos depois, abrigou a sede do governo da Província do Amazonas. Em seguida, a sede do governo do Estado, após a Proclamação da República no Brasil. Foi, além disso, residência do presidente da Província (1874-1889) e de governadores do Estado (1889-1917). Em 1917, tornou-se sede da Prefeitura de Manaus.
O Paço Municipal tem apenas um andar, mas suas amplas salas são divididas em diferentes seções, que abrigam exposições permanentes e temporárias. A fachada do prédio apresenta tendência neoclássica, com um frontão e janelas características.
No hall são realizadas exposições temporárias. Numa das salas do prédio foi instalado um memorial em homenagem ao poeta amazonense Thiago de Mello. O mural conta com um retrato esculpido em bronze do autor e textos de personalidades manauaras, como o escritor Zemaria Pinto, o artista plástico Óscar Ramos, o diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Bernardo Monteiro de Paula, e o prefeito Arthur Virgílio Neto.
Com 2 metros de altura e cerca de 3 metros de largura, o painel também traz trechos de obras do poeta, como o famoso “Os Estatutos do Homem”, lido na promulgação da Constituição de 1988. O mural integra a Coleção Thiago de Mello, composta por 30 quadros doados pelo poeta, entre os quais obras do espanhol Juan Miró e do chileno Roger Bru, em exposição no Paço da Liberdade.
Nas outras salas, estão exposições de artes plásticas, entre pinturas, esculturas e instalações artísticas. Uma dessas instalações é de criação do artista plástico Roberto Evangelista, um dos mais renomados do Estado. Outro trabalho de Evangelista, que integra o acervo, é uma sala de videoarte da série “Mater Dolorosa”.
A Sala de Arqueologia
Um outro espaço relevante é a Sala de Arqueologia, onde se pode observar de cima de um piso de vidro resistente, com iluminação especial, fragmentos arqueológicos e uma urna funerária encontrada durante as obras realizadas no local.
A urna, estimada com datas entre 2 e 7 mil anos, é um exemplar de como os povos nativos pré-colombianos enterravam seus mortos e prova concreta do passado indígena de Manaus.
Salão Nobre
Há ainda, ao lado da Sala de Arqueologia, ambientes com mobiliário de estilo manuelino, muito usado nos anos 1910 em Manaus, que compunham o gabinete do prefeito. No Salão Nobre, o principal do prédio, belíssimas molduras em relevo circundam os retratos dos prefeitos que estiveram à frente do Poder Executivo. No teto, um trabalho impressionante de relevo do escudo que simboliza a Prefeitura de Manaus e da vitória-régia, símbolo da flora amazônica.
Arredores
Ao redor do Paço Municipal há outro importante prédio histórico, o Palácio Rio Branco, antiga sede da Assembleia Legislativa do Amazonas. Atualmente, o prédio, ainda imponente, abriga administrações de alguns órgãos públicos municipais e um gabinete onde o prefeito Arthur Virgílio dá expediente ocasional. Em frente ao Paço está uma das mais importantes praças da cidade, a Praça Dom Pedro II, que também passou por reforma, sobretudo em seu coreto e em seu chafariz.
Ao lado do Paço Municipal está uma das mais antigas vias da cidade, a Bernardo Ramos, que apresenta rua de paralelepípedos e um conjunto pitoresco de casas coloridas.
O Paço Municipal e seus arredores, em resumo, oferece rara visão da Manaus bucólica e bem tratada da Belle Époque. No mesmo espaço, porém, ainda resiste à reforma o prédio do Cabaré Chinelo, hoje em ruínas, onde foi comemorado o Réveillon de 1900, um dos principais marcos do Período Áureo da Borracha, quando o Amazonas era o principal exportador brasileiro e os barões acendiam charutos com notas de US$ 100.
Serviço
Paço Municipal
Endereço: Praça D. Pedro II, s/n, Centro
Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, de 8h às 17h.
Tel: 92 3622-4991
Entrada gratuita
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Adorei. Não dava nenhum valor ao patrimônio cultural, antes de participar de um curso do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro onde fizemos uma visita ao museu. Meu Deus, como é fantástico olhar para trás e ver que somos resultado de tanta forma de viver, de fazer, de construir, de pensar. Parabéns aos que administram este site, mas sei que para isso ser mais valorizado necessita de um trabalho de divulgação constante. Obrigado por esse espaço.
15 de novembro de 1889 – Dia Nacional do Golpe Republicano que derrubou a Monarquia sem o apoio popular iniciando a primeira ditadura com a primeira república. Qual a dificuldade de falar a verdade?
Revendo a história da minha cidade, espaços, cores, arte, arqueologia, fatos históricos mesmo que em breves contos, nos remete a tempos longínquos para nos fazer entender, respeitar e valorizar nossa gente e nossa cidade. Parabéns pela iniciativa. Continuem.
RESPOSTA
Obrigada
Estou a quase 2 meses tentando agendar para levar os meus filhos e até hoje não tive nenhum retorno