As colinas cobertas por parreirais compõem a paisagem do Vale dos Vinhedos, região localizada na Serra Gaúcha, que abrange os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul. O Vale reúne o legado histórico, cultural e gastronômico deixado pelos imigrantes italianos que chegaram à região em 1875.
Hoje, a região concentra a maior produção de uvas e vinhos finos do país, com cerca de 30 vinícolas. Tem uma infraestrutura turística de alta qualidade, gastronomia farta, moradores hospitaleiros e paisagens apaixonantes, que se transformam conforme as estações do ano. No verão (de janeiro a março com média de temperatura de 22º), é a época da colheita da uva, com muitas festas para comemorar a vindima. No outono (de abril a junho), os parreirais ganham uma coloração avermelhada e vão perdendo sua folhagem. No inverno (julho a setembro), com a baixa temperatura, é hora de se aconchegar nos restaurantes e hotéis e apreciar as paisagens saboreando um bom vinho. Na primavera (outubro a dezembro), o verde das videiras e as flores colorem a paisagem.
O Vale tem cerca de 30 vinícolas de diferentes portes, de familiares até grandes grupos internacionais, que estão abertas à visitação durante todo o ano. O atendimento é feito por enólogos e pelas próprias famílias dos empreendedores. É possível realizar visitas guiadas que permitem conhecer todas as etapas de vinificação, degustações comentadas e até jantares harmonizados, conforme programação de cada vinícola.
Os vinhos do Vale dos Vinhedos apresentam identidade, sendo os únicos no Brasil a deterem Denominação de Origem (DO). A região foi a primeira no país a ser reconhecida como Indicação Geográfica.
Além de conhecer mais sobre os vinhos produzidos no país, é a oportunidade de garimpar rótulos exclusivos, que em razão da baixa produção são vendidos apenas na região.
Como preparar seu roteiro
Se a ideia for um mergulho mais profundo no mundo do vinho, o melhor é fazer um planejamento do que quer visitar. Para se programar, acesse os sites das vinícolas e consulte horários e preços. Pode-se contratar excursões em cidades próximas, como Bento Gonçalves ou Gramado.
Para quem quer curtir tudo o que o Vale tem a oferecer, o ideal é fazer o percurso de carro, para ter a liberdade de escolher onde parar e desfrutar das várias vinícolas, restaurantes e lojinhas espalhadas pela região. É claro, aí alguém do grupo vai ter que se manter sóbrio para dirigir.
Entre uma vinícola e outra, conheça a produção de queijos e produtos artesanais da Queijaria Valbrenta, as geleias e outras delícias da Casa Madeira, os produtos em couro da Couros Valleh. O Jardim Leopoldina também é uma ótima parada para fazer piquenique, tomar um cafezinho ou experimentar cervejas artesanais.
Em um roteiro de dois dias pelo Vale dos Vinhedos, visitamos as vinícolas Casa Valduga, Miolo, Tritton, Larentis e Dom Eliziario:
A Casa Valduga coleciona mais de 300 prêmios em concursos nacionais e internacionais, e é prestigiada em países como França, Inglaterra, Espanha, Estados Unidos e Argentina. Tem uma das melhores infraestruturas para o enoturismo do Vale dos Vinhedos.
Conta com 24 acomodações – as pousadas Raízes, Leopoldina, Identidade, Gran e Storia, batizadas com o nome de vinhos ícones da Casa Valduga -, que aliam o rústico ao moderno.
Tem um restaurante elegante e aconchegante, com um cardápio típico italiano em sistema de rodízio (você paga um valor fixo e come à vontade). Você vai se deliciar com a sopa de capeletti, o galeto ao primo canto, costela suína e uma sequência de massas preparadas artesanalmente. Atende para almoço diariamente das 12h às 15h30. O serviço é slow food e, portanto, prepare-se para passar pelo menos 1h30 degustando as delícias.
Em outro belo casarão de pedras, no centro do complexo, está a Enoboutique Casa Valduga, onde os visitantes conhecem e degustam os vinhos tintos e espumantes produzidos pela vinícola. É possível contratar visitas guiadas e cursos
A Miolo é a maior produtora de vinhos dos Vale dos Vinhedos. Caminhar entre os vinhedos, conhecer o processo de elaboração dos vinhos e espumantes, aprender sobre degustação e descobrir a história da Miolo são algumas das experiências oferecidas no complexo enoturístico da vinícola. Tem uma vasta área verde com jardim para piquenique – o Miolo Garden, uma enoboutique e muitas parreiras ao redor.
Em 1876, Arcangelo Gabriele Larentis, aos 19 anos, deixou a região de Trento, na Itália, para vir ao Brasil. Em 2001, abriram-se as portas da Vinícola Larentis, iniciando um percurso de amor ao vinho. Oferece vários tipos de degustação e nos fins de semana, petiscos para acompanhar. O atendimento é feito por membros da família do fundador.
O início da vinícola foi marcado pela simplicidade, pois a família trabalhava no porão de sua casa. Elaboravam vinhos de mesa que eram colocados em garrafões e comercializados na região. Devido ao sucesso do vinho produzido, a empresa cresceu e o porão já não era mais suficiente para comportar a grande demanda atendida. Agora, já tem uma loja onde é possível adquirir os produtos da vinícola.
Inspirados pelas pequenas vinícolas familiares da região do norte de Portugal, que é a origem da família Chaves, os descendentes de Eliziario Chaves decidiram, como homenagem ao seu patriarca in memorian, a apostar na elaboração de vinhos delicados e em pequena quantidade, investindo somente em boas safras. A vinícola não se coloca na obrigação de elaborar vinhos todos os anos. Acredita que o único vinho digno de ser disponibilizado para o mercado é aquele que os próprios donos colocariam na sua mesa de jantar diariamente, e faz questão de destacar que vinhos especiais só estão disponíveis em locais especiais. A vinícola foi fundada em 2007 e oferece uma bela vista para os vinhedos e uma linda capela ao lado da loja de vendas de vinhos, no Vale dos Vinhedos.
Veja o mapa do Vale dos Vinhedos:
Outros passeios
Outros dois passeios famosos, que podem ser feitos a partir de Bento Gonçalves, são o Caminhos de Pedra e o trem Maria Fumaça.
O Caminhos de Pedra é uma rota turística rural com 12km de percurso que fica a cerca de 30 minutos de Bento Gonçalves. É uma rota original da época da imigração italiana, que resgata o patrimônio cultural dos imigrantes italianos que chegaram ao Rio Grande do Sul em 1875. Ao longo do caminho, o visitante encontra prédios históricos, restaurantes variados e outras atrações.
O trem Maria Fumaça faz o trecho de 23 quilômetros entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa em cerca de duas horas de viagem. É uma locomotiva a vapor que durante o percurso vira palco para apresentações artísticas. Nas estações, a alegria aumenta com as provas de vinhos tintos, espumantes e sucos de uva.
O passeio é operado exclusivamente pela Giordani Turismo e pode ser contratado diretamente no site da empresa ou via agências de turismo.
Como chegar
De Porto Alegre até Bento Gonçalves – onde se concentra o maior número de hotéis – são 122 km, cerca de duas horas de carro. Desde Gramado, a distância é de aproximadamente 120 km.
Onde ficar
O Vale dos Vinhedos tem uma rede de hospedagem de qualidade, que oferece a experiência de se hospedar cercado por parreirais.
Entre os melhores hotéis da região estão o SPA do Vinho, o Vila Michellon e a Casa Valduga.
Também já é possível alugar casas de temporada pela rede Airbnb ou Booking, para uma experiência mais intimista e familiar.
Onde comer
Não deixe de experimentar a comida tradicional italiana do restaurante Maria Valduga, na vinícola Casa Valduga. Outros restaurantes famosos da região são o Casa Giordani, com sequência de massas e grelhados; Mamma Gema Trattoria, que oferece massas, risotos e carnes, e Osteria del Valle. Com uma boa variedade de pizzas e variada seleção de vinhos, tem a Pizza entre Vinhos.
Veja mais fotos do Vale dos Vinhedos:
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