Casas de madeira e pedra às margens de um lago de águas azuis, cercado por montanhas com picos nevados. Esse cenário encantador é encontrado em San Martín de Los Andes, um pequeno vilarejo na Cordilheira dos Andes, à beira do Lago Lácar, na província de Neuquén, noroeste da Patagônia Argentina.
Localizado no Parque Nacional Lanín, San Martín tem belezas naturais de sobra e aposta nas atividades relacionadas à natureza. A região, que também engloba o Parque Nahuel Huapi, concentra dezenas de lagos glaciais, montanhas, rios e cachoeiras. No verão, muitos visitantes aproveitam para fazer trekking e cavalgadas. A localização às margens do lago Lácar também é um convite à prática de esportes como rafting, canoagem e pesca.
As praias públicas são outro atrativo e no verão os mais corajosos até arriscam um mergulho nas águas gélidas. A mais frequentada e próxima é a Catrite, a 5km da vila, onde é possível fazer camping e o estacionamento é pago. Há transporte público para o local durante o verão.
No inverno, a atração é o Cerro Chapelco, a estação de esqui mais próxima. Fica a 17km do vilarejo, cerca de 35min de carro em tempo bom. Tem pistas de diferentes níveis de dificuldade, podendo ser aproveitada por toda a família, até os menores. Também oferece passeio de moto na neve, trenó com huskies e outras diversões. No verão, mesmo sem funcionar, vale conhecer o lugar que muda totalmente de visual. As pistas, antes ocupadas pelos esquiadores, passam a servir de pasto para bois e cavalos.
Na cidade, um dos lugares mais agradáveis é o calçadão que margeia a pequena praia na frente do lago Lácar. Aí fica o porto onde ancoram os barcos das agências de turismo. O passeio mais procurado é para as vilas de Quila Quina e Hua Hum, na fronteira com o Chile, que ficam do outro lado do lago num trajeto de cerca de meia hora.
Da Avenida Costanera dá para ir a pé ao centro do vilarejo. As vias principais são a General Villegas, San Martin e General Roca, onde se concentram as lojas e restaurantes. No Centro Cívico ficam a Praça San Martín, o prédio da Prefeitura e a Igreja de São José. Impossível não apreciar as ruas arborizadas, a arquitetura típica de montanha, o clima tranquilo de cidade pequena.
Onde comer
Quando a fome apertar é hora de experimentar a gastronomia local com carnes como cordeiro patagônico e javali, além das trutas. Os chocólatras vão fazer a festa com tantas lojinhas de chocolate, algumas já bastante conhecidas na região como a Mamuska. As cervejas artesanais também são outro produto local e os enófilos não devem dispensar a oportunidade de apreciar os vinhos da Bodega Fin del Mundo.
O restaurante El Regional (Av. San Martin, 1201) é um bom lugar para experimentar os sabores locais. Impossível não rir, mas o Ku de los Andes também figura entre os melhores restaurantes da cidade. E não deixe de experimentar o cordeiro patagônico no Pisci.
A Casa de Té Arrayan, em uma colina a poucos minutos do centro de San Martin, oferece o mais belo pôr do sol da região. Em 1930 a inglesa Renée Dickinson se apaixonou pela cidade e fundou a casa, fazendo do chá uma tradição local. O nome Arrayan na língua indígena significa “os últimos raios de sol”. Além de chá, serve tortas, sanduíches, tábuas de frios e outros tipos de bebidas. Renée faleceu pouco depois, mas a casa ainda mantém as características de quando foi inaugurada. No percurso para a Casa de Té há mirantes que oferecem uma vista maravilhosa da cidade.
San Martín oferece outros passeios interessantes para serem feitos de carro: a Rota dos 7 Lagos, o Lago Meliquina e Paso de Córdoba.
Rota dos 7 Lagos
Um dos passeios mais interessantes de San Martín é a Rota dos 7 Lagos – apesar do nome são na verdade 11 -, um trecho cênico da Rota 40 que liga San Martin à Villa La Angostura. São 110km de percurso, mas se programe para fazer uma viagem com calma, para ir parando nas dezenas de mirantes, lagos e cachoeiras.
A estrada está asfaltada e segue uma rota fácil e bem sinalizada, que até dispensa o GPS. Mas só vale fazer o percurso em um dia de sol porque senão fica impossível fazer as paradas nos mirantes. Muitas agências oferecem esse passeio como bate-volta a partir de Bariloche ou Villa La Angostura. Não indico, acho que San Martín merece dois ou três dias para conhecer todas as belezas dos arredores.
Lago Meliquina
O belíssimo Lago Meliquina fica a cerca de 36km de San Martín. É só seguir pela Rota dos 7 Lagos até chegar ao controle de gendarmería em frente ao rio Hermoso, aí pegue a Rota Provincial (RP) 63. A estradinha de rípio segue serpenteando a margem do lago à sombra de árvores nativas.
A Villa Meliquina fica na cabeceira do lago homônimo, em um pequeno vale cercado de montanhas. Os primeiros povoados se estabeleceram na região nos anos 1980, após os proprietários das terras, a família Steverlynck, decidirem lotear parte da estância. É um local calmo, que convida a um descanso às margens do lago, com poucos hotéis e restaurantes que servem pratos regionais. Uma lenda local diz que no momento que você observar o reflexo no lago deve fazer um pedido.
Paso Córdoba
O Paso Córdoba é um caminho alternativo à Rota dos Sete Lagos, que liga San Martín a Bariloche. É para espíritos aventureiros e que dispõem de mais tempo. São 170km de percurso, dos quais 70km em estrada de rípio (terra), marcado por uma paisagem mais agreste, bem diferente da Rota dos Sete Lagos.
De San Martín você segue o mesmo percurso para a Villa Lago Meliquina. Depois de passar pelo lago é seguir em frente.
Quando ir
O verão vai de dezembro a fevereiro, época para praticar esportes náuticos e atividades ao ar livre e conhecer as praias. O inverno é de junho a agosto e é possível esquiar e praticar outros esportes do gênero. A baixa temporada é na primavera e outono, entre março e maio e setembro e novembro.
Como chegar
O aeroporto de Chapelco é o mais próximo de San Martín de los Andes, fica a 20km. Outra possibilidade é chegar pelo Aeroporto Internacional Teniente Luis Candelaria, em Bariloche, mas a distância é de 193km até San Martín.
Duas empresas de ônibus fazem o trajeto Bariloche/San Martín: a Via Bariloche e a Albus. Os ônibus saem do Terminal Rodoviário e do Aeroporto. A viagem dura em torno de 3h45. De carro, a Ruta 40 leva cerca de 3h e percorre 190km. A Ruta 237 tem 230km e leva 3h25.
Onde ficar
Apesar de pequena, a cidade oferece uma boa variedade de hotéis. O ideal é ficar no centro da cidade, que permite fácil acesso aos restaurantes e comércio.
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Que local lindo. Pretendo conhecer em breve. Gostaria de parabenizar o Portal do Marcos Santos pelas dicas de turismo. Adoro essa parte de turismo do portal. So dicas de locais lindos e encantadores. É uma matéria muito gostasa de ler e nos faz sentir no próprio local. Continuem a nos mostrar essas cidades encantadoras. Sucesso!
RESPOSTA
Obrigado, Adria. Fico feliz de você gostar das nossas matérias. Abraços